De Mandawa para Bikaner

Queridos Amigos e Querida Familia,

Ontem foi o dia de chegada a Mandawa.

O Hotel Castle Mandawa era lindo! O quarto... magnífico.

Depressa estabeleci amizade com os empregados nepaleses. São muito espontâneos e vivos.

Eu, o porteiro do hotel e o Rafael, com roupas tradicionais

Fazem-me lembrar os meus amigos de Leh...

Fiquei com saudades daquele tempo de Leh, apesar de ter sido num ambiente dramático... Mas as amizades, assim criadas, tornam-se inesquecíveis.

Em Mandawa, visitámos os Palácios do Maharaja e dos seus filhos.

São histórias que se perdem no tempo, contadas nos frescos das paredes do Palácio...

Contudo, o ambiente que se vive agora é de um enorme contraste entre os que podem habitar estes ricos hotéis e as pessoas de Mandawa que vivem numa pobreza arrepiante.

Não é fácil conviver com estas imagens de enorme pobreza.

Por isso optei por não vos mandar fotos que mostrassem essa pobreza extrema, mas que revelassem mais as pessoas e a cor que lá existe sempre...

Por outro lado não é fácil tirar fotos... Penso que a fotografia não deve ser muito invasiva e aparecerem meia dúzia de turistas, de máquina em punho, a fotografarem tudo o que mexe.

São seres humanos e devemos retratá-los correctamente, preservando a sua dignidade.

Procuramos sempre que a nossa passagem nestas terras seja marcada por uma troca de sorrisos e por uma imagem de encontro de humanos.

Depois, foi uma longa viagem ate Bikaner.

E nesta terra encontrámos um Palácio lindíssimo e ficámos a saber que é lá que vamos dormir!!

Este hotel, o Lallgarh Palace, é de sonho... Uma coisa incrível!!

Um quarto maior que um apartamento de duas assoalhadas... Com tudo!!

Já almocei e vou passar a tarde a fotografar o Palácio e as suas gentes.

Depois, quando a digestão já estiver feita, vou nadar. Atirar-me à água e nadar...

Sei que me vou lembrar da minha filha Leonor, com quem nado 3 vezes por semana, tantas vezes lado a lado. E isso vai-me saber bem...

Qualquer dia nadarei com o Sebastião, o meu neto, para que um dia, mais tarde, eles também possam nadar ao lado dos filhos.

Porque isto de pai e mãe irem ver os filhos nadar da bancada é uma coisa com a qual eu não concordo.

Hehehehehe. Sou um avô e um pai assim... meio esquisito!!

Mas gosto de estar com os meus... Lado a lado... a sorrir.

E penso em vós, que tantas vezes também comigo, lado a lado, subimos montes e montanhas, sentindo o prazer do encontro e de caminhar a sorrir.

E longa já vai a crónica. Por isso, é tempo de partir... 

Um abraço, a sorrir.

Jorge